ATENÇÃO: Se você vai fazer uma cirurgia de extração
de um siso incluso, melhor não ler este post.
É aquela história: você pode estar bem como for,
vai a um médico e ele encontra alguma coisa errada em você!
Minha mãe resolveu marcar uma visita de check up,
para todos os membros da família, na dentista. Quando chegou minha vez, abri
minha boca e recebi a notícia: dois dentes sisos haviam nascido na minha arcada
superior. Melhor tirar, disse ela. Melhor não mexer em quem está quieto,
respondi.
- A lógico não é essa, Beatriz. – ela rebateu
carinhosamente – Temos que tirar o que não nos serve.
Ok...
Fiz a radiografia e qual não foi minha surpresa ao
descobrir que além desses dois, tinha um na arcada inferior que não havia
nascido e que estava empurrando o meu dente bom que ficava ao lado dele. Minha
dentista disse o que eu já sabia: teria que tirar também.
Os dois de cima foram bem simples. Os tirei pela
manhã e à noite me sentia bem! Mas com o incluso não foi bem assim...
Preciso dizer que eu achei que fosse simples.
Talvez não tanto quanto os outros dois, que já haviam nascido, mas pensei que
fosse só cortar a gengiva e fazer uma forcinha para puxar o dente. Qual nada!
Na verdade, após ver o raio-x ela me disse logo que
a raiz do dente estava passando por um nervo. Isso, no entanto, era normal. Mas
quando ela falou “nervo” já comecei a visualizar minha boca tronxa para sempre.
Comecei a ficar nervosa. Anestesia pra lá, guardanapo pra limpar a baba pra
cá... Começamos.
Tremi do começo ao fim. Primeiro ela realmente
cortou a gengiva, mas não é que tinha uma camada de osso sobre o dente? E tome
raspar o osso... Quando pensei que já tinham se passado uns 40 minutos,
arrisquei:
- Tá perto?
- Ainda não.
Putz... Não tá nem perto?
Quando ela finalmente havia conseguido raspar todo
esse osso, cada puxão, eu pensava que era o dente. Mas o quê? Empurrava daqui,
torcia dali, entortava, girava e nada do danado do dente sair! Foi uma tortura!
Odiei! Mas Deus é tão bom pra mim, que eu só tive um desses inclusos.
Quando já estava achando que minha mandíbula
inteira estava indo embora junto com o dente ouvi:
CRACK!
Arregalei os olhos.
- É normal, viu? Tive que quebrar seu dente para
poder tirar. Tentei tirar inteiro, mas ele estava empurrando o do lado.
Ufa. Se ela o quebrou, estava perto, certo?
Certo... Mas não foi tão rápido.
Depois do que me pareceu uma semana, finalmente ela
arrancou os dois pedaços do meu dente. Nem era tão grande e eu nem quis trazer
para casa. As memórias não eram boas. Só queria ir embora daquele lugar. A
doutora foi um amor, a propósito. Tenho que dizer. Foi super sensível, não
perdeu a paciência comigo nenhuma vez E sempre respondia pacientemente quando
eu perguntava: “tá perto?”, “tá acabando? Ou “isso foi meu dente?”. Embora eu
ache que isso tenha sido porque ela pensou que eu era uma criança, tanto que na
hora de dar o atestado perguntou se era para o colégio.
- É bom, né, filha? A gente ter uma cara que todo
pensa que somos novinhos? – perguntou meu pai.
Sim, é bom. Mas será que agora já podíamos ir?
Link para a continuação: A extração do siso e o que vem depois - Parte Final
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