quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A extração do siso e o que vem depois - Parte I


ATENÇÃO: Se você vai fazer uma cirurgia de extração de um siso incluso, melhor não ler este post.

É aquela história: você pode estar bem como for, vai a um médico e ele encontra alguma coisa errada em você!
Minha mãe resolveu marcar uma visita de check up, para todos os membros da família, na dentista. Quando chegou minha vez, abri minha boca e recebi a notícia: dois dentes sisos haviam nascido na minha arcada superior. Melhor tirar, disse ela. Melhor não mexer em quem está quieto, respondi.
- A lógico não é essa, Beatriz. – ela rebateu carinhosamente – Temos que tirar o que não nos serve.
Ok...
Fiz a radiografia e qual não foi minha surpresa ao descobrir que além desses dois, tinha um na arcada inferior que não havia nascido e que estava empurrando o meu dente bom que ficava ao lado dele. Minha dentista disse o que eu já sabia: teria que tirar também.
Os dois de cima foram bem simples. Os tirei pela manhã e à noite me sentia bem! Mas com o incluso não foi bem assim...
Preciso dizer que eu achei que fosse simples. Talvez não tanto quanto os outros dois, que já haviam nascido, mas pensei que fosse só cortar a gengiva e fazer uma forcinha para puxar o dente. Qual nada!
Na verdade, após ver o raio-x ela me disse logo que a raiz do dente estava passando por um nervo. Isso, no entanto, era normal. Mas quando ela falou “nervo” já comecei a visualizar minha boca tronxa para sempre. Comecei a ficar nervosa. Anestesia pra lá, guardanapo pra limpar a baba pra cá... Começamos.
Tremi do começo ao fim. Primeiro ela realmente cortou a gengiva, mas não é que tinha uma camada de osso sobre o dente? E tome raspar o osso... Quando pensei que já tinham se passado uns 40 minutos, arrisquei:
- Tá perto?
- Ainda não.
Putz... Não tá nem perto?
Quando ela finalmente havia conseguido raspar todo esse osso, cada puxão, eu pensava que era o dente. Mas o quê? Empurrava daqui, torcia dali, entortava, girava e nada do danado do dente sair! Foi uma tortura! Odiei! Mas Deus é tão bom pra mim, que eu só tive um desses inclusos.
Quando já estava achando que minha mandíbula inteira estava indo embora junto com o dente ouvi:
CRACK!
Arregalei os olhos.
- É normal, viu? Tive que quebrar seu dente para poder tirar. Tentei tirar inteiro, mas ele estava empurrando o do lado.
Ufa. Se ela o quebrou, estava perto, certo? Certo... Mas não foi tão rápido.
Depois do que me pareceu uma semana, finalmente ela arrancou os dois pedaços do meu dente. Nem era tão grande e eu nem quis trazer para casa. As memórias não eram boas. Só queria ir embora daquele lugar. A doutora foi um amor, a propósito. Tenho que dizer. Foi super sensível, não perdeu a paciência comigo nenhuma vez E sempre respondia pacientemente quando eu perguntava: “tá perto?”, “tá acabando? Ou “isso foi meu dente?”. Embora eu ache que isso tenha sido porque ela pensou que eu era uma criança, tanto que na hora de dar o atestado perguntou se era para o colégio.
- É bom, né, filha? A gente ter uma cara que todo pensa que somos novinhos? – perguntou meu pai.
Sim, é bom. Mas será que agora já podíamos ir?

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