quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A extração do siso e o que vem depois - Parte Final


ATENÇÃO: Este post é uma continuação do anterior Mas, obviamente, você não é obrigado a tê-lo lido para ler este.

A dentista passou uma infinidade de medicação, entre eles uma injeção de anti-inflamatório que eu deveria tomar o mais rápido possível. Quem precisou tomar injeção recentemente sabe como é difícil encontrar farmacêutico em farmácias que se disponibilizem a isso, de sorte que meu pai perguntou onde encontraríamos. A assistente da médica falou que lá perto havia uma farmácia e que lá se aplicavam injeções há um tempo, só não sabia afirmar se isso ainda acontecia. A dentista disse que fôssemos lá, comprássemos o medicamento e, caso não aplicassem lá, voltássemos que ela mesma aplicaria.
Lá fomos eu e meu pai. A farmácia passaria despercebida se não parássemos para perguntar, porque era beeem pequena. Menor que minha sala. Admito que tive preconceito:
- Mesmo que eles apliquem injeção aqui, a gente vai voltar pra dentista aplicar, né?
- Que nada, filha! Aqui, eles também devem saber o que estão fazendo.
Como o efeito da anestesia já estava passando e minha boca estava começando a doer, preferi não discutir. Entramos e encostamo-nos ao balcão, enquanto a atendente falava com uma amiga no telefone. Após o que pareceu serem 5 minutos, ela estendeu a mão para que lhe passássemos a receita médica, ainda ao telefone.
- Olha, me liga depois, preciso aplicar uma injeção agora.
Mas não desligou.  Continuamos aguardando, até que seu marido chegou e pegou a receita da mão dela. Devolveu, provavelmente não era farmacêutico. Ameaçou desligar o telefone, brigaram, ela desligou. Chegou perto da gente toda desconfiada.
- Pra quem é essa injeção?
Levantei a mão. Falar estava se tornando incômodo.
- Pode vir pra cá.
Arrodeei o balcão e não soube mais aonde ir até que vi, ao lado de uma privada, uma saleta do tamanho do box do meu banheiro. Entrei muito desconfiada. Talvez devêssemos ir embora dali, arranjar outra farmácia... Não tive tempo, em instantes ela estava ao meu lado mostrando o líquido que me injetaria.
- É no braço, né? – perguntei.
- Pode ser nas nádegas também. Eu acho até melhor porque a agulha é muito grande.
Arregalei os olhos, meu pai gargalhou, mas o marido reclamou:
- Não assusta a menina!
Não me contive:
- A senhora é farmacêutica?
- É! E depois que eu aplicar isso aqui, você não vai mais ter pobrema nenhum.
Sim, ela falou “pobrema”. Sim, entrei em pânico. Desculpa, mas desconfiei na hora desse diploma que ela alegava ter. Olhei pro meu pai, ele continuava rindo. Num sinal de mau agouro um cavalo do cão começou a sobrevoar a lâmpada. Tive vontade de sair correndo. Quem me conhece sabe que tenho pavor a insetos. Fechei a cortina, achando que assim, poderia manter o bicho afastado.
Bom, se era para ficar com algo inutilizado, achei que o braço me faria mais falta.
- Melhor na bunda mesmo.
Arriei a calça e aguardei. Foi rápido. Antes que eu pudesse sentir o cheirinho bom do álcool que ela passaria, a picada veio. Pois é. Ela não passou álcool no local da picada. Meu pai disse que ela deve ter achado minha bunda muito limpa. Vai ver foi.
Compramos os remédios todos: anti-inflamatório, antibiótico, remédio pra dor, algo para minha profilaxia e mais a injeção, tudo por R$ 27,00. Olhei para meu pai, meu pai olhou para mim. Ambos achamos que tantos remédios não sairiam por menos de R$ 100,00.
Pagou e finalmente voltamos para casa. No caminho tentou puxar assunto:
- Tá pensando que vou continuar comprando nessas farmácias famosas por aí? Não! Agora só venho comprar aqui!
Apesar da dor que agora se instalava com rapidez, sorri. Lembrei do ambiente da farmácia, da farmacêutica que nos atendeu falando ao telefone, do pobrema do qual ela me livrou e do álcool que ela não passou em mim. No fim das contas, creio que tudo isso valeu a pena, (afinal, eu sobrevivera) pelo valor ínfimo que pagamos por tanta coisa.
- É, pai. Acho uma boa ideia. 

A extração do siso e o que vem depois - Parte I


ATENÇÃO: Se você vai fazer uma cirurgia de extração de um siso incluso, melhor não ler este post.

É aquela história: você pode estar bem como for, vai a um médico e ele encontra alguma coisa errada em você!
Minha mãe resolveu marcar uma visita de check up, para todos os membros da família, na dentista. Quando chegou minha vez, abri minha boca e recebi a notícia: dois dentes sisos haviam nascido na minha arcada superior. Melhor tirar, disse ela. Melhor não mexer em quem está quieto, respondi.
- A lógico não é essa, Beatriz. – ela rebateu carinhosamente – Temos que tirar o que não nos serve.
Ok...
Fiz a radiografia e qual não foi minha surpresa ao descobrir que além desses dois, tinha um na arcada inferior que não havia nascido e que estava empurrando o meu dente bom que ficava ao lado dele. Minha dentista disse o que eu já sabia: teria que tirar também.
Os dois de cima foram bem simples. Os tirei pela manhã e à noite me sentia bem! Mas com o incluso não foi bem assim...
Preciso dizer que eu achei que fosse simples. Talvez não tanto quanto os outros dois, que já haviam nascido, mas pensei que fosse só cortar a gengiva e fazer uma forcinha para puxar o dente. Qual nada!
Na verdade, após ver o raio-x ela me disse logo que a raiz do dente estava passando por um nervo. Isso, no entanto, era normal. Mas quando ela falou “nervo” já comecei a visualizar minha boca tronxa para sempre. Comecei a ficar nervosa. Anestesia pra lá, guardanapo pra limpar a baba pra cá... Começamos.
Tremi do começo ao fim. Primeiro ela realmente cortou a gengiva, mas não é que tinha uma camada de osso sobre o dente? E tome raspar o osso... Quando pensei que já tinham se passado uns 40 minutos, arrisquei:
- Tá perto?
- Ainda não.
Putz... Não tá nem perto?
Quando ela finalmente havia conseguido raspar todo esse osso, cada puxão, eu pensava que era o dente. Mas o quê? Empurrava daqui, torcia dali, entortava, girava e nada do danado do dente sair! Foi uma tortura! Odiei! Mas Deus é tão bom pra mim, que eu só tive um desses inclusos.
Quando já estava achando que minha mandíbula inteira estava indo embora junto com o dente ouvi:
CRACK!
Arregalei os olhos.
- É normal, viu? Tive que quebrar seu dente para poder tirar. Tentei tirar inteiro, mas ele estava empurrando o do lado.
Ufa. Se ela o quebrou, estava perto, certo? Certo... Mas não foi tão rápido.
Depois do que me pareceu uma semana, finalmente ela arrancou os dois pedaços do meu dente. Nem era tão grande e eu nem quis trazer para casa. As memórias não eram boas. Só queria ir embora daquele lugar. A doutora foi um amor, a propósito. Tenho que dizer. Foi super sensível, não perdeu a paciência comigo nenhuma vez E sempre respondia pacientemente quando eu perguntava: “tá perto?”, “tá acabando? Ou “isso foi meu dente?”. Embora eu ache que isso tenha sido porque ela pensou que eu era uma criança, tanto que na hora de dar o atestado perguntou se era para o colégio.
- É bom, né, filha? A gente ter uma cara que todo pensa que somos novinhos? – perguntou meu pai.
Sim, é bom. Mas será que agora já podíamos ir?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Pelos nunca mais?

Fui fazer minha primeira sessão de depilação a laser nas axilas.
Pois é. Queria me livrar de uma vez por todas dos pelos sem ter que ficar indo ao salão todo mês. Sem falar nas vezes em que dava preguiça e tinha que recorrer emergencialmente à gilete.
Por isso marquei!
E fui!

Tava marcado pras 16h, mas é claro que só fui chamada às 16:45. Todo médico que se preze atrasa o atendimento!
O lado bom é que pude assistir ao primeiro tempo todinho do jogo do Chelsea versus Barcelona em pleno Stamford Bridge pela Liga dos Campeões Europeus. Ainda fui premiada com um gol de Drogba. *-* (Será que o Chelsea enfim levará a taça esse ano?)
Mas, enfim, entrei.
Li que doía. Mas como fiz uma tatuagem recentemente meu conceito de dor era outro. Não é confortável, incomoda um pouco e parece que são várias pinças agindo ao mesmo tempo. Mas dizer que dói é um exagero dos grandes.
Entrei, tirei a blusa e deitei na maca devidamente forrada com um papel que ela jogaria fora assim que eu me levantasse. Ela me dá uns óculos e me aconselha a manter os olhos fechados.
Começa. Várias pinças. Cheiro de cabelo queimado. Fim.

Não durou nem 10 minutos. Foram os 8 minutos mais caros da minha vida!
Não gosto de pensar nisso. Foco no longo prazo. Saí de lá com a próxima sessão marcada pra maio.
E se tudo der certo, daqui a 5 meses não precisarei de depilação. Nunca mais.

sábado, 14 de abril de 2012

A tatuagem, o beija-flor e a liberdade

Fiz uma tatuagem.
Sim, doeu.
Não, não é insuportável.
Mas foi bom eu ter ouvido opiniões de amigos porque fui preparada para o pior.
Me comportei como uma mocinha.

Tatuei um beija-flor.
Lindo.
Achei que o ato de fazer uma tatuagem me deixava mais liberta.
Meus pais não estavam entusiasmados, mas também não proibiram.
Sim, tem pai que proíbe.
Sim, eu sou obediente.
Se eles proibissem, provavelmente eu não faria.
Ficaria irritadíssima!
Mas não desobedeceria.

Beija-flor é um símbolo de liberdade.
Nunca vi um beija-flor engaiolado.
Sai voando por aí, de flor em flor.
Ninguém prende.
Senti-me um beija-flor.
Senti-me livre.

sábado, 31 de março de 2012

Eu ligo sim, e daí?

É...
Queria poder dizer que não ligo, que não dou a mínima, que sou superior a tudo isso, mas a verdade é que eu ligo sim!
Aquele grandissímo FILHO DA PUTA!
Como ele se atreve??

Não vou falar de quem se trata pra não se processada depois.
Mas quem sabe?
Se formos muito íntimos, pode ser que eu venha a te contar algum dia...

Dedicado a todos os filhos da puta que já cruzaram sua vida.
^^

domingo, 11 de março de 2012

Vai um carinho aí?

Não distribuo carinho aleatoriamente. Não gosto de chamego e paparicado.
Certo dia voltei do trabalho e fui abraçar meu cachorro. Agarrei, dei muitos beijos, cheiros e ficamos abraçados.
Ele recuou e tentou se soltar. Desabafei com meu pai:
- Mike não é carinhoso. Ele não retribui meu carinho.
Meu pai discordou:
- Ele não é carinhoso?! Você é que não é. Aí ele não sabe como reagir quando você tem esses surtos de carinho.
Fiquei passada. Minha mãe interveio:
- Não seja injusto. Mike é a pessoa nessa casa que mais recebe carinho de Bia.

Não soube se ela estava me defendendo ou não.

sábado, 3 de março de 2012

Essas coisas acontecem

No meu extrato do cartão de crédito que vai vencer dia 05/03 veio a seguinte compra: Passagem Aérea Tam Linhas Aéreas 1/5 R$ 163,00
Fiquei chocada. Como assim veio uma compra que não fiz?? Liguei pro número indicado e fui informada dos procedimentos. A mocinha perguntou:
- Então a senhora não reconhece essa compra?
- Não! Não reconheço e nem autorizei!
- Essa que virá na fatura a vencer em 05/04 também não?
- Como assim?
- Na sua próxima fatura virá outra compra da Tam Linhas Aéreas 1/4 R$X,XX (não lembro o valor)
- Oxe! Vai vir outra?? Não comprei, não! Não autorizei, não reconheço!
Bloqueei o cartão. Estou aguardando o outro chegar e enquanto isso estou andando com meu Hiper.

Fui à Dr. Scholl. Depois de meus pés ficarem lindos, maravilhosos e cheirosos descobri que lá não aceita Hiper. Eu estava com dinheiro?
- Não!
Liguei pro meu irmão ir me socorrer. Vergonha.
- Er... Então vou ligar pra alguém vir me socorrer porque tava me confiando no cartão, tá?
*cara de bunda

É, essas coisas acontecem...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

15 de fevereiro de 2009

Se seu filho bater em algum coleguinha no colégio, ou apanhar, não se desespere. Eles podem vir a ser grandes amigos futuramente. Foi assim comigo.
Pra quem pensa que eu era a que apanhava, está enganado. Há! Eu era a que batia.
E daí que era por ciúme do meu irmãozinho que acabara de nascer? O que importa é que não era eu que voltava "apanhada" pra casa.
O fato é que eu e essa "coleguinha" tornamo-nos grandes amigas. E até hoje mantemos essa amizade. Então vocês podem imaginar minha emoção quando descobri que ela tava grávida. E não era apenas o filho de uma grande amiga, era também o primeiro "sobrinho"!
Já na barriga ele foi muito amado e esperado!
O nascimento foi no dia 15 de fevereiro de 2009, domingo, marcado pra pouco depois das 6h da manhã. Eu estava lá. Não é fácil pra mim levantar cedo, principalmente num domingo! Mas eu estava lá! Não tinha como ser diferente. Ele veio ao mundo com muita saúde.
E hoje, completa 3 anos! Parece que foi ontem que minha amiga me ligou pra dizer o dia do parto...
Mais um ano dessa presença tão querida. E hoje, além do amor de "tia", que eu já tinha, sinto também o de madrinha! E daí que ele ainda não entende isso? Eu entendo e sei da importância desse convite que recebi.
Que Deus possa continuar abençoando-o e nos presenteando com a presença, cada vez mais esperta, dele.
Te amo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Papo de academia

Meu irmão me viu fazendo um exercício para tirar gordurinhas localizadas e, como todo bom frequentador de academia, veio dar pitaco dizendo que só o que tira gordura localizada é exercício aeróbico.
Ficou lá dando as explicações dele, fundamentadas em algum artigo de internet, depoimento de instrutor de academia ou em algum primo frequentador daquele ambiente.
Não ouvi. Não me interesso por papo de academia, só quero me livrar dessa gordurinha danada que insiste em ficar abaixo do meu umbigo.
Ele me sugeriu perder peso. Aleguei que não posso, estou abaixo do ideal.
Ele pensou um pouco:
- Verdade. Consigo te carregar no supino reto.
Supino reto. Fiz muito nos dois meses em que frequentei uma academia. A ideia de que meu irmão consegue me carregar daquele jeito é estranha.
Eu, definitivamente, poderia ganhar uns quilinhos...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Taxista, crianças e pneu furado.

Ontem fui almoçar numa churarscaria a convite de um fornecedor. Não fomos só os dois, para os curiosos. Eu, ele, um amigo e mais dois, inclusive o taxista que foi nos levar lá. Uma aventura a ida. Achei que fosse morrer. Mentira. Exagero. Mas achei que o carro fosse bater. O cara era meio aloprado no transito. Fico chocada quando vejo gente assim. Completa falta de respeito pela vida do próximo e pela própria vida!

Fui dormir na casa de minha amiga/comadre ontem. Quando cheguei, meu afilhado estava em casa com a avó. Disse que ela podia ir à igreja que eu aguardaria minha amiga com ele. Desastre. O menino viu a avó indo embora e não teve quem o fizesse parar de chorar. Foram os 10 minutos mais longos da minha vida. Ele berrava querendo que fôssemos buscar a avó. Fiquei arrasada.
Fomos à pracinha quando minha amiga chegou. Ele se acalmou. De noite me pediu pra colocar um dvd pra ele. Daqueles que já assistimos 248 vezes. Mas o que ele não me pede chorando que não faço sorrindo?
- Coloca, Bibia!
- Bibia não! Madrinha!
- Coloca, Bibia!
- Não é Bibia! É madrinha!
Me olhou confuso.
- Tu não é Bibia?
Tive que explicar:
- Sou. Mas sou madrinha também. É pra você me chamar de Madrinha Bibia.
Percebi pela cara dele que era pedir demais.
Sem problemas. O ensinei a me pedir a bênção. Fez direitinho. É o que importa.
Hoje de manhã pediu pra vir à minha casa. Não trouxe. O deixei na casa da outra avó. Pareceu contente.

Ao invés de vir pra casa, fui pra praia com meus pais. Ou pelo menos, tentamos. O pneu furou no caminho. Trocamos. Meu pai não nos deixou ajudar muito. Homem acha que sabe tudo, como sempre. Ainda mais quando o assunto é carro. Oferecer ajuda não significa dizer "Sei mais do que você." É só pra ajudar mesmo, poxa! Sentir-se útil! Em vão. Apelei:
- Aceitar minha ajuda não vai te diminuir, pai.
Ele riu. Me deixou fechar o macaco. Ponto pra mim.
Desistimos da praia. Voltamos pra casa.